Que viajar é uma das melhores coisas do mundo, não preciso nem citar, não é? Sou completamente viciada em conhecer novos lugares, pessoas, culturas, ver o mundo de outra perspectiva. E nessa busca incasável por paraísos desconhecidos, resolvi explorar a Guarda do Embaú - SC, em um convite em cima da hora, comprei a passagem e fui até Curitiba e de lá fomos até a Guarda. Por um momento pensei estar arrependida de ter ido, pois a chuva e o trânsito desanimava, mas a trilha sonora e a companhia agradável fez valer a pena. Após passar Floripa, um leve sol foi aparecendo. Chegando lá, uma estradinha de chão e uma paisagem encantadora.

A Guarda do Embaú fica no Município de Palhoça, a mais ou menos 55km ao sul de Florianópolis. O Balneário está no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e conta com aproximadamente 400 moradores. No verão, a vila fica lotada de turistas. Ficamos no Camping Maeporã, fiquei feliz por ter aceitado o convite pois só de estar ali compensou. O camping é muito lindo e cada detalhe foi pensado com muito amor, transmitia uma energia incrível, a estrutura era ótima, conseguimos uma área coberta, havia churrasqueiras, cozinha comunitária, banheiro com chuveiro quente, wifi, além disso é um local onde pode ser ver muitas coisas da permacultura, como telhado verde,  todo lixo era separado, havia compostagem, fossa ecológica, antes de tudo ser feito era pensado primeiro na natureza.

O camping fica a 400m da praia, após montar as barracas fomos conhecer a praia. No caminho tem várias lojinhas de artesanatos, bares, lanchonetes e a direita ficava a praia,  para ter acesso a ela você pode atravessar o Rio da Madre de barco por R$3,00 (pessoa) ou com a maré baixa pode ir a pé. Resolvemos fazer uma pequena trilha e ir até outra praia, o caminho é íngreme. Lá de cima também era possível observar melhor a praia. A Guarda é um local muito conhecido pelos surfistas que dizem haver ótimos picos de ondas. Portanto, aos surfistas de plantão, eis aí o paraíso!

No outro dia passamos a tarde na praia, voltamos ao camping onde ficamos sem luz, mas uma menina hospedada salvou a noite com sua voz e violão, uma energia contagiante. Após a cantoria, resolvemos voltar para o "centrinho", conhecemos alguns hippies, brincamos com bambole, malabares, lanchamos na Casa do Suco, que eu super recomendo, lá existe o melhor pastel do mundo (Abóbora com alho poró), e depois até rolou uma festinha na beira do mar. Que lugar é esse? 

Último dia para aproveitar a praia, uma trilha longa para percorrer, VALE DA UTOPIA, que fazia juz ao nome de tanto andar e não chegar a lugar nenhum. Mas ele existe, eu garanto, é maravilhoso, um recanto paradisiaco. O Vale da Utopia é conhecido pelas comunidades hippies como um importante ponto energético de contato direto com o cosmos na América Latina. A parte sul das terras pertence ao escritor e dramaturgo, Wilson Galvão do Rio da Apa desde 1984. Mesmo antes de adquirir a área de 20 hectares, ele realizava ali encontros com amigos gaúchos. Nas reuniões, além de arte e cultura, eles discutiam a formação de uma comunidade anarquista naquela região. O desejo ficou na utopia. Saímos da guarda em direção ao vale, a trilha durou umas três horas contando com as paradas de descanso e para apreciar a beleza. Passamos por praias, pedras, montanhas, bois, vacas. cogus. A trilha é bem confusa mas não é impossível chegar. Avistamos uma casinha, um banheiro e um bar... era o famoso Vale! Chegamos no bar do Maço do Sr. Mema, onde havia porções, pastéis e uma caipirinha deliciosa. Para voltar foi fácil, pois seguimos a trilha até a praia da Pinheira que durou quarenta minutos. UFA! Conhecemos alguns bares da praia e voltamos a pé até a Guarda na companhia do Johny, nosso dog mascote! A viagem foi incrível por saber que existem tantos lugares maravilhosos que não conhecemos. As vezes se limitamos a ir para as praias mais populares e deixamos de apreciar momentos como esse. Por isso sempre digo, permita-se, para vivenciar novas experiências. A vida é curta e tem muita coisa LINDA pra conhecer. Abraço, paz, luz e muita curiosidade pra que nunca deixem de explorar.